CRISTÃOS
Chamada de “Terra dos Livres” pois, em toda sua história, enquanto seus vizinhos no sudeste asiático eram colonizados por nações européias, seu povo conseguiu manter sua liberdade com muita luta. Famosa por sua exuberante beleza natural, que inclui desde matas, rios e praias paradisíacas, uma culinária reconhecida internacionalmente, para aqueles que já visitaram o país o que se destaca mesmo é a amabilidade de seu povo. Hoje com 70 milhões de habitantes (2021), sua capital, Bangkok (10 milhões) é, sem dúvida, uma das cidades mais influentes e prósperas da Ásia. O idioma oficial é o tailandês e a religião oficial é o budismo, praticado por 95% da população. Vale notar também que, apesar de 95 % de sua população ser etnicamente Tai, é uma nação multiétnica em virtude de dezenas de minorias, como os Lao Krang, Nyahkur, Khmers etc. Ao menos 73 línguas são consideradas vivas, especialmente entre as minorias étnicas nas áreas rurais.
Mesmo com grande prosperidade econômica e relativa estabilidade política, seu povo, especialmente os mais vulneráveis, sofre com a corrupção, uma vez que muitos dos seus líderes, seja na política, nos negócios e mesmo militares e policiais, em troca de grande lucro, mantém um cerco de proteção para vários negócios criminosos, entre eles a degradação ambiental, o tráfico de drogas, de armas, a prostituição e o tráfico humano.
Entre tantas vítimas destacam-se as meninas, sequestradas e vendidas para a rede de prostituição. É fato que a “indústria do sexo” movimenta uma parcela considerável do PIB do país. Estima-se que 20% das meninas entre 11 e 17 anos (800 mil), estejam envolvidas nestas redes de prostituição. Muitos meninos são também alvo.
Normalmente são de minorias étnicas ou traficados de países vizinhos. Há cerca de 35 mil crianças de rua e 5
milhões de crianças envolvidas no trabalho infantil.
REFUGIADOS NA TAILÂNDIA
A Tailândia não é signatária dos tratados internacionais que reconhecem e protegem os refugiados. Consequentemente o governo considera os refugiados como “migrantes ilegais”: não são cidadãos, não têm acesso a saúde, emprego ou educação. Mesmo aqueles nascidos em território tailandês (há campos de refugiados com mais de 30 anos de existência) não têm sua cidadania reconhecida e devem viver exclusivamente nos campos de refugiados, sem o direito de trabalhar ou nem mesmo sair. Os que optam por viver e trabalhar fora dos campos são
considerados ilegais e altamente suscetíveis à prisão e deportação. Sem assistência governamental e oportunidades de emprego, dependem inteiramente de organizações sociais para obter alimentos e outros recursos básicos.
Estima-se que existam hoje mais de 130.000 refugiados na Tailândia.
Grande parte dos refugiados vivem nos campos localizados perto da fronteira com Mianmar. Eles são de minorias étnicas perseguidas no país vizinho, que atravessaram a fronteira em busca de abrigo. Entre eles os Karen e Karenni, com grande número de cristãos. Há também os Rohingyas, uma etnia majoritariamente muçulmana, naturais de Myanmar que, além de não serem reconhecidos como cidadãos, há muitos anos experimentam uma enorme perseguição e êxodo forçado, deslocando mais de 1 milhão de pessoas.
ABUNA NA TAILÂNDIA
Por estas e outras razões, desde 2018 o ABUNA está presente na Tailândia, socorrendo, apoiando e acolhendo refugiados em situação de vulnerabilidade, principalmente mulheres e meninas, as mais vulneráveis entre os vulneráveis.
Entre os que temos servido estão os paquistaneses cristãos, perseguidos em seu país por conta de sua
religião, e que tiveram que abandonar sua família e seu país para proteger sua vida. Muitos deles têm o status de refugiado reconhecido pelo ACNUR, mas mesmo assim são alvo da polícia de imigração e acabam sendo presos no “Centro de Detenção para Imigrantes” em Bangkok, um lugar conhecido por sua insalubridade. Não é raro famílias inteiras serem presas, inclusive crianças.